No dia 21 de março, a AMMP realizou o debate: Corrupção, angústia, diagnóstico e caminhos de enfrentamento. Durante a exposição, debatedores apontaram que é preciso apoiar os órgãos que atacam o problema e voltar a construir um caminho de confiança entre os cidadãos.
A corrupção tem sido um dos principais temas que arrebatam a República na atualidade. E neste ano, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, apresentou, o anteprojeto da Lei Anticrime a parlamentares, secretários de segurança e governadores. Neste contexto, a AMMP pretendeu discutir profundamente o problema.
Participaram da mesa, a Professora Heloísa Starling, especialista em Política Comparada, mestre em Ciência Política pela UFMG e doutora em Ciência Política e Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, e o Promotor de Justiça em São Paulo, escritor, professor da Universidade de São Paulo, idealizador e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu. Para mediar o debate, foi convidado o jornalista e apresentador da Rádio Super, Rodrigo Freitas, que também já atuaou na Rádio Itatiaia, CBN e Band News.
Os convidados abordaram os temas: os danos causados ao sistema democrático provocados pela corrupção, a questão cultural, formas de enfretamento e a Lei Anticrime.
Roberto Livianu destacou, em conversa com o AMMP Notícias, que o Brasil entrou em momento diferente em relação ao combate à corrupção. “A Lava Jato alcançou os detentores do poder político e econômico. Quando você incomoda estas pessoas, uma reação acontece. Você vê vários projetos de lei que vão no sentido de desfigurar a operação Lava Jato. Tivemos lamentavelmente, aquele histórico acontecimento em 2016, as 10 medidas contra a corrupção foram pisoteadas sem piedade na calada da madrugada. Está acontecendo o emparedamento da corrupção. ”
Já Heloísa Starling descarta a tese de que os brasileiros têm como parte de sua cultura a corrupção. “A corrupção é uma patologia política presente em todas as culturas, no regime democrático e ditatorial. Vai aparecer em épocas históricas diferentes. Na origem grega da palavra significa que algo se rompeu. Algo foi corroído, que são as relações de confiança da sociedade. Não é verdade que nós brasileiros temos uma vocação atávica para a ladroagem. Essa afirmação desmerece o trabalho que a sociedade brasileira está fazendo, que as instituições brasileiras fazem no sentido de enfrentar essa patologia”.
O jornalista Rodrigo Freitas entende que os níveis de transparência dos atos públicos têm melhorado sistematicamente, fato que ajuda bastante o trabalho da imprensa. “O papel da imprensa é noticiar, óbvio, mas para além disso, é fiscalizar. É um papel que a imprensa tem assumido ao longo dos últimos anos. Até porque pauta sobre corrupção é o que não falta. E eu destaco que a gente pode exercer este papel, a partir da Lei de Acesso à Informação.”, analisou.