AMMP

Posse da Diretoria e Conselhos sinalizam grandes momentos institucionais para o próximo biênio

Foi realizada, no dia 6 de fevereiro, na sede, a solenidade de posse da Diretoria, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Conselho Deliberativo do Interior da AMMP para o biênio 2020-2022.


Com auditório lotado, o primeiro discurso da noite foi do Procurador de Justiça e ex-presidente da AMMP, Joaquim Cabral Netto. Em sua fala, Joaquim Cabral destacou a reverência prestada pela AMMP ao seu passado. “Uma instituição que não preserva o seu passado não tem futuro. Momentos como esse representam a preservação da nossa história.” Por fim, o orador disse para a Diretoria empossada que os ex-presidentes da Associação estarão disponíveis para ajudar sempre que necessário. “Em nome dos mais experientes da casa, eu digo: nossa ajuda estará sempre presente. “


O Procurador-Geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet, também foi ao púlpito para destacar o relevante papel institucional prestado pela Associação. “Eu estou no Ministério Público há 33
anos e minha vida pessoal, social e profissional sempre se confundiu com esse espaço. Nessa história de vida, eu pude perceber várias facetas importantes da Associação. A primeira, e talvez a mais importante, é sua atuação político institucional. A AMMP é a voz impessoal de todos os Promotores e Promotoras de Justiça. Da ativa, dos aposentados e dos pensionistas. Muitas vezes, demandas devem, e são, abraçadas pela Associação em nome do coletivo. Projetos de Lei na
Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional e no CNMP são desenvolvidas e patrocinadas pela AMMP. Ao longo da história, diversos presidentes, cada qual ao seu tempo e modo, fizeram uma história muito bonita na Associação e que Enéias tem dado sequência com muita maestria. ”


Por sua vez, o 1° Vice- Presidente da CONAMP, Manoel Victor Sereni Murrieta e Tavares, enalteceu a importância da vida associativa para os membros do MP. “É importante lembrar que o momento é de festa, e é importante lembrar que estamos em um ambiente classista. A proposta classista é de
trazer o membro do Ministério Público para a sua casa para que ele possa dizer o que precisa, o que pretende e o que planeja. O que quer ser e para onde quer que o Ministério Público cresça e também a sociedade onde ele atua.

” Em discurso de posse, o presidente, o Promotor de Justiça Enéias Xavier Gomes, ressaltou a atuação de cada membro da Diretoria e enalteceu a importância institucional da AMMP para a classe e para o Estado Democrático de Direito.

“A história do nosso futuro começa com a criação desta Casa, em 1957. Já se vê que essa entidade data de longe. Quando, pois, se comemora a posse de uma nova diretoria, faz-se necessário louvar a rica história desta Associação de que tanto nos orgulhamos, a qual se faz presente nas figuras dos sempre Presidentes, aqui na primeira fila, aos quais reverencio.

Às autoridades e a todos os presentes, nós nos ombreamos neste difícil, ímpar e sem precedente momento pelo qual passa nossa cidade, abalada por intensas chuvas, a todo tempo, sem tréguas, provocando perdulárias enxurradas pluviais, o que exige de nós muita união.

Uma das obras mais importantes de um escritor talvez a mais importante de todas- é a imagem que deixa de si mesmo na memória dos homens, para lá das páginas escritas por eles. Debito estas reflexões de Jorge Luis Borges ao belo capítulo que os diretores que deixam suas funções preencheram nas páginas até então em branco de nossa história associativa.

Fabiano Furlan, jamais fez suspense de uma dúvida, sempre prontamente solidário. Eduardo Lovato, diretor financeiro, sempre minucioso nas análises contábeis. Gratidão é o sentimento que me parece mais nobre.

Um importante reconhecimento ao Luiz Felipe Cheib, que em uma década de trabalho na AMMP, jamais cerrou os ouvidos à voz de quem lhe procurava. De aura otimista, tudo foi intenso. Imenso. Na AMMP saúde, desceu à arena por nós, com evidente prejuízo à sua vida pessoal, guardando suas dores no bolso para cuidar das nossas.

Fez, da dedução simples de Ylze Melo Campos quotidiano:
Um sorriso,
Um gesto de ternura,
Um olhar mais demorado…
O esboço de um carinho,
Um silêncio não
interrompido,
Uma palavra murmurada…
E depois?
Para quê mais?
Não precisa mais nada…
E a gente fica logo
sabendo, que começa a ser
amada..

Saiba que ter-me-a ao lado nas trincheiras da vida, pessoal ou Institucional, e que sua história nesta casa jamais se apagará, eis que vestígios perpétuos em nossos corações.

Pois bem…

A AMMP, que jamais pleiteia a palma do triunfo, é o local por onde se cruzam e entrecruzam tantos caminhos, histórias, alegrias, agruras, onde aquilatamos extraordinárias experiências e até nos descobrimos. Aqui, é o lugar, por exemplo, dos pensionistas e aposentados,
aos quais a vivência diária muito me ensina. Se, à primeira vista, a distância temporal seria um entrave, não é menos certo que a convivência falando ao coração faz com a realidade se mostre distinta. Desfolho alegremente as boas do convívio diário, cujas asas do tempo jamais levarão. É preciso que nós, da ativa, lutemos por vocês, ou melhor, por nós, já que os anos correm com brevidade.

Aqui também vivenciamos essa pétala frágil que é a vida, ao acompanhar a partida de associados, os quais se fazem memória, saudade, lembrança.

Listo, ainda, dois gargalos que trago à reflexão, na certeza de que ninguém nos impede de crescer, exceto nós mesmos.

O primeiro decorre das dificuldades advindas dos novos tempos de comunicação digital, em que ainda não soubemos extrair o que tem de melhor. Os grupos de troca de mensagens, muitas vezes aparelhados por más notícias e à mercê das fake news, talvez sejam a contemporânea Caverna de Platão, pois se transformaram em um concorrente terrível do real. Ali muitas vezes sufocam-se os afetos. E, curiosamente, no alarido do teclado, procuramos dizer o que não queriamos. Daí a importância de fazer destes canais o avesso disso, renunciando a palavras e pensamentos negativos.

Aliás, nas trincheiras de combate às intenções torcidas de enfraquecimento Institucional, tivemos, nos últimos tempos, muitas dificuldades, mas não menos certo que também avançamos. Portanto, atrás
dos motivos para lamúrias, há outros contrários. Guiados em morros íngremes pela CONAMP, jamais beiramos o abismo, embora as constâncias dos temporais tenham nos causado temor
permanente.

Num trabalho coletivo, granjeamos nos últimos tempos conquistas: No campo legislativo, por exemplo: Entronização de medidas com foco na integridade, como o informante de boa-fé e imensa ampliação do modelo consensual no campo criminal, como o recente acordo de não persecução penal e civil. No campo Institucional, acalentadas aspirações, que aguardavam há
mais de 3 décadas, se tornaram realidade, como a possibilidade de promotores concorrerem ao cargo de Procurador- Geral de Justiça.

Portanto, que as nossas conquistas também sejam lembradas, pois têm o condão de elevar a autoestima e a confiança no futuro Institucional, neste novidadeiro ano.

Outro importante desafio. Nos últimos tempos, assistimos às discussões ideológicas puxarem para si todo o cobertor da atenção pública, na classe, e na sociedade, deixando às vezes o essencial ao relento. Grupos polarizados se degladiam a todo momento, o que gera manifestações de extremo rancor ou deferências de servo.

Tamanho radicalismo só demonstra a reciprocidade da linguagem e as mútuas recriminações, o que me lembra Machado de Assis, em um conto de 1878, época também de acirrado dualismo:

Cada um deles vê no adversário metade de si próprio. O nariz de Aquiles campeia na cara de Heitor. Bruto é o próprio filho de César.

Tamanha discórdia nos impede de conhecer o diferente, nos furta à reflexão, subtrai a ponderação. O rótulo, deveria pouco importar, pois não altera a essência. Como a personagem Julieta, na obra de shakespeare que diz a seu amado: Que há num simples nome? O que chamamos de rosa, sob outra designação, teria igual perfume.

Resta, pois, a cada um de nós, recuperar a razão nestes contrafortes, extraindo o perfume que cada um tem de melhor, pouco importando se o chamamos ou não de rosa. Vale cicatrizar as diferenças, muitas vezes albergadas em sombras que ocultam arrogâncias, transfigurando a escuridão em luz, em grãos dourados. E para isso, basta mirar nos escaninhos da vida Institucional, onde espreitamos o sucesso do trabalho de promotores e procuradores, muitas vezes anônimos, a ouvir e palpar os anseios da sociedade. Ou nos baldados esforços de muitas autoridades aqui presentes, da iniciativa pública e privada, sociedade civil e setor produtivo, que com ações inteligentes e audaciosas tanto tem trabalhado pela recuperação da economia e pelo fim da recessão.

Ponho termo a este discurso com uma última menção em nome da diretoria.

Paulo Mendes Campos registrara:

Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesmo, para rires de ti mesmo; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas.

Que na sutileza dos momentos de guardar o humor das grandes ocasiões, sejamos iluminados ou freados pelas ricas, grandiosas e renascentes tradições desta casa.

E quando nos despedirmos deste trabalho à hora marcada, possamos sentir um misto de alívio e saudade, tudo misturado, embora com muito mais doses à segunda. E assim, nos orgulhar de
nunca termos deixado de pertencer a nós mesmos.

E acima de tudo, mas, sobretudo, que Deus nos ilumine. Muito honrado e agradecido pela presença
de todos”.

Também compuseram a mesa da solenidade:
Antônio Sérgio Tonet – Procurador-Geral de Justiça do MPMG;
Alberto Diniz Júnior –Desembargador e presidente da AMAGIS;
Raimundo Cândido Júnior – Presidente da OAB/MG;
Gério Patrocínio Soares – Defensor Público-Geral do Estado;
Castellar Modesto Guimarães Filho – ex-presidente da AMMP,
Procurador-Geral do Município de Belo Horizonte;
Elke Andrade Soares de Moura – Procuradora-Geral do Ministério Público de Contas;
Cássio Soares – deputado estadual;
Danilo Antônio de Souza Castro – Advogado-Geral Adjunto do Estado de Minas Gerais,
Manoel Victor Sereni Murrieta e Tavares – 1º vice-presidente da CONAMP.

Foram empossados:
Diretoria
Presidente: Enéias Xavier Gomes
1º. Vice-Presidente: Larissa Rodrigues Amaral
2 º . V i c e – P r e s i d e n t e : Francisco Chaves Generoso
3 º . V i c e – P r e s i d e n t e : Fabrício Marques Ferragini
4º. Vice-Presidente: Hugo Barros de Moura Lima
1º. Diretor Administrativo: Vanessa Fusco Nogueira Simões
2º. Diretor Administrativo: Luz Maria Romanelli de Castro
1º. Diretor Financeiro: José Silvério Perdigão de Oliveira
2º. Diretor Financeiro: Júnia Barroso Oliveira Balsamão

Conselho Fiscal
Décio Monteiro de Moraes
Epaminondas da Costa
Fernanda de Paula Silva
Flávia Mussi Bueno do Couto
João Paulo Fernandes
Júlia Matos Frossard

Conselho Deliberativo
Capital
Antônio José Leal
Iraídes de Oliveira Marques
Josélia de Almeida Santos
Luiz Alberto de Almeida Magalhães
Marcos Viola de Carvalho
Patrícia Ribeiro de Oliveira
Reyvani Jabour Ribeiro
Conselho Deliberativo
Interior
Calixto Oliveira Souza
Fábio Soares Guimarães Filho
Valmira Alves Maia
Fernando de Abreu Mendes
Francisco Ângelo Silva Assis
Hélio Pedro Soares
Wagner Marteleto Filho

Digite os dados de acesso